sábado, 21 de julho de 2012

ALQUIMIA DOS OGROS


Todas as pessoas tem manias, algumas psiquiátricas ou OGRAS rs, mas a maioria inofensiva e às vezes engraçada. Certa vez conheci um rapaz que só comia pipoca de colher, para não sujar os dedos com o óleo. Bastaria lamber os dedos. Outro odiava tanto rabanetes, que nem servia em seu restaurante! E um irmão que comia as bolachas e guardava os recheios em fileirinhas para comer em uma vez só ao final das partes crocantes... engraçadinho e fofo!
Muitas receitas saem das panelas. Toda família traz consigo cadernos com inúmeras páginas amarelas, manuscritas e grudentas, cheias de farinha, açúcar, óleo, amor e boa vontade. Minha mãe tem algumas que são indecifráveis, a gente segue a receitinha igualzinha, mas nunca sai igual a sua alquimia. É necessário tato e artimanha para conseguir essa honraria!
Porém, não são somente as receitas que são importantes, o que sobra delas também tem um gosto especial, muito além do sabor.





Raspar panelas, formas e fundos de travessa é quase um antepasto. Lembro de esperar minha mãe bater o bolo para depois lamber as pás da batedeira, raspar com uma colher as sobras durinhas do brigadeiro e do beijinho nas paredes da panela, tirar as casquinhas crocantes de polenta que sobraram na panela, limpar o molho de carne, com um naco de pão francês, o fundo da travessa. Se isso é falta de educação eu nem quero saber. A menina que mora dentro de mim não foi educada e ainda adora fazer isto.
E aquele açúcar com canela que sobra do bolinho de chuva na travessa? Hummmm, comer ele molhando o dedo na boca hahaha, que gostoso!!! E depois dá um enjôo, arrepio de tanta doçura.
A gente segue assim, mal educando a criança em um prazer bobinho, do tamanho que sobrou na panela ou entre os dedos. Mas, para quem não gosta, lave a louça e as mãos. Por que de ogro, todos tem um pouquinho, e não faz mal nenhum!!!



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